Lua Nova



Na quinta-feira passada, participei de um programa muito peculiar: ir ao cinema com mais dois amigos (isso mesmo, no masculino) e assistir “Lua Nova”. Logo na entrada, percebi o público-alvo muito bem definido do filme: mulheres. Lá estávamos nós em um cinema cheio de mulheres que gritavam a cada aparição de um homem semi-nu, alguns homens acompanhando suas namoradas, outros pais atenciosos levando suas filhas e nós três. Não quero expor nenhuma opinião sobre o filme. Se fui criticado por falar da Hillsong, imagino que minha vida possa correr um sério risco se eu falar alguma coisa sobre esse fenômeno que tem enchido cinemas e, também, não quero desagradar pessoas muito próximas que poderiam se decepcionar com qualquer comentário. Ironias à parte, o filme é bom.

O que me chamou a atenção no meio de tantos lobos, vampiros, sobrenomes esquisitos e uma menina totalmente desorientada emocionalmente, foi a grande questão do filme: ser ou não ser um vampiro? A principal razão de a vida “vampirística” não parecer muito agradável é o fato de eles não terem uma alma. Teologicamente não faz nenhum sentido esse questionamento. Seres sem alma são animais, irracionais, sem sentimentos. Mas ok. Tudo não passa de um filme fictício.

A questão que realmente me chamou a atenção foi o fato da quase-imortalidade dos sanguessugas. Na votação em família de vampiros sobre se a protagonista deveria se transformar ou não em uma vampira são dados dois votos contra. Lembro-me claramente de uma integrante da família dizendo: “eu não escolhi esta vida”. Também em várias outras cenas encontramos o tal de Edward implorando para ser morto. Já falei sobre isso resumidamente em outros posts, mas a imortalidade pode ser a coisa mais terrível que pode acontecer a uma pessoa.

Minha mente volta ao Jardim do Éden, onde Adão comete o pecado original. Qual é a ação imediata de Deus após cobrir a nudez do homem com peles de animais? Expulsa-lo do jardim. Porque no Jardim ainda estava a Árvore da Vida, e caso Adão comesse do fruto dessa Árvore ele se tornaria em algo parecido com Edward: uma pessoa infeliz que nunca morreria. Só em Deus encontramos o que precisamos para viver completos.

Precisamos entender uma coisa: cristianismo não é uma religião que nos promete uma vida mais fácil, mas nos dá um motivo para viver. O cristianismo nos ensina que a paz independe de circunstâncias. É o conceito judeu de shalom: paz interior apesar de qualquer circunstância externa. O maior exemplo disso é Jesus dormindo no barco enquanto os seus discípulos desesperados esperavam o seu fim naquela tempestade. Jesus parecia viver sempre debaixo de um tempo bom e calmo. Na verdade, esse tempo bom e calmo brotava de dentro dele. Cristianismo não é uma religião que nos promete uma vida mais fácil, mas nos dá um motivo para viver. Vale à pena repetir. Não há motivo para viver fora de Jesus. Nesses últimos dias pensei muito em como a vida toma sentido a partir de Jesus. São diversos motivos que valeriam um post só para eles. Pode-se citar a proteção, a ausência eterna da solidão, a certeza de um final feliz, uma família chamada igreja. Mas o principal motivo que afeta minha vida pessoalmente é o que se encontra em Romanos 8:28, “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”. Provavelmente eu não seria tão feliz se esse versículo não estivesse na Bíblia. Mas, graças a Deus, ele está. A certeza de que tudo tem um motivo! A certeza de que tudo vai cooperar para o meu bem, não importa o que aconteça. Se não fosse dessa forma, a vida seria um caos. Eu estaria totalmente a mercê das circunstâncias. E é assim para os que não crêem em Jesus.

Fica a pergunta: para que uma vida eterna de sofrimento? Jesus nos providenciou primeiramente a justificação, o que faz com que todos os seres humanos que crêem nele possam viver em harmonia. Somente depois da justificação é que vem a vida eterna. Vida eterna sem justificação, ou seja, sem estar perto de Deus, é uma calamidade. Primeiramente, Deus conserto nossa natureza caída através de Jesus, nos dando uma natureza completa onde podemos experimentar a shalom. Depois, Ele retirou os anjos da entrada do jardim, para que nós possamos comer da Árvore da Vida: Jesus Cristo. O motivo da nossa vida só pode ser Deus. Ele é quem nos completa. Mas se nós, como Edward Cullen, buscarmos outro motivo para viver que não Deus, estaremos totalmente perdidos e dependentes da nossa sorte. Nosso motivo para viver deve ser infalível e imutável. Não conheço nenhuma outra coisa que preencha esses dois requisitos além de Deus.

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