Domingo


Domingo é meu dia da semana predileto. Sei que muitas pessoas preferem sábados, sextas, feriados ou outro dia da semana, mas eu sempre senti no domingo algo diferenciado. Talvez seja o fato de acordar e desfrutar de um ritmo muito mais lento (ou talvez, muito mais natural) em todo o ambiente que nos cerca no primeiro dia da semana.

Na verdade, o conceito de Domingo traz consigo muitas verdades que nunca percebemos, mas que estão lá, mostrando-nos uma realidade mais elevada e, redundantemente, mais real que a nossa.

Primeiramente, há uma discussão (da qual não quero fazer parte) sobre se deveríamos ter como dia de descanso o sábado, como o fazem os adventistas, ou o domingo, como praticam o resto dos cristãos. Nesse post quero tratar do dia de descanso chamado de shabbat pela Bíblia.

É interessante observarmos que Deus é o instituidor e o primeiro "desfrutador" do shabbat. Por seis dias ele trabalha em sua criação, e no sétimo inaugura o dia do descanso: dia de aproveitar o que foi criado, de deliciar-se no fruto do trabalho divino. Obviamente que Deus não cansou após seis dias de trabalho, apenas, como um bom tutor, dá o exemplo que o homem deveria seguir.

Os seis dias de trabalho de Deus tornam a criação completa: nada mais precisava ser feito, tudo estava em seu estado perfeito. Deus trabalhou seis dias para que o homem não precisasse fatigar-se. Todos os dias eram shabbat no Jardim do Éden. Na criação Deus já mostrava seu caráter de completa doação e demonstrava seu amor totalmente altruísta. O homem só precisava desfrutar!

Mas como sabemos bem, Adão preferiu deixar sua ingenuidade em relação ao bem e o mal de lado, deixando assim de confiar no seu Criador. A partir daí o trabalho é instituído: se o homem quisesse comer, teria que suar o rosto. Tudo isso na verdade é também um simbolismo da nova era que iniciava na relação entre Deus e o homem. O homem teria que esforçar-se para chegar-se a Deus. Não haveria mais relação entre Deus e o homem se não fosse a partir do esforço do seguimento da Lei. Os descendentes de Adão começaram a "suar a camisa" a partir da instituição da Lei por Moisés. Só assim teriam a chance de relacionar-se com Deus.

Já conhecemos o capítulo seguinte dessa história, em que o homem não consegue realizar o que a Lei lhe determinava. O seu esforço de ser santo, condição requerida para relacionar-se com Deus, era totalmente insuficiente. Então Deus mais uma vez age da mesma maneira com que agiu na Criação: trabalha para que o homem não precise mais trabalhar. Ele dá o seu esforço, vindo Ele mesmo na pessoa de Jesus para morrer por nós. O Criador faz tudo o que precisamos para acabar com a separação que havia entre nós e Ele. Agora só precisamos aproveitar essa relação e crer nele. Todo o resto nos é dado de graça! O suor divino nos conquista de novo a possibilidade de vivermos o shabbat, o descanso em Deus e na sua obra.

O shabbat também é uma alegoria ao descanso final que teremos no céu, onde não só teremos a nossa relação com Deus restaurada, o que já temos hoje, mas também viveremos no paraíso com Ele, desfrutando de um descanso eterno onde todos os dias são domingo!

Por isso a cada domingo temos uma página da Bíblia escrita em nossa rotina. No simples fato de termos os domingo escutamos Deus falando sobre o céu, nosso descanso futuro, sobre seu amor totalmente dedicado a nós, em seu trabalho realizado na cruz, e seu cuidado por nós, em nos dar um dia onde podemos descansar nossa mente e nosso corpo para estarmos prontos pra mais um ciclo semanal que se inicia a cada segunda-feira.

Para terminar, é bom percebermos também que temos a mania de pecar nos domingos. Fazemos isso quando não vivemos o propósito do domingo: um dia de descanso. É importante que os líderes das igrejas percebam que esse dia foi dado para que o ser humano descanse, e não se encha de atividades relacionadas à igreja. É um dia para que nos relacionemos com Deus de uma maneira mais íntima e sobrenatural, vivendo o propósito e a profecia do domingo.

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