Você, sendo cristão, já se sentiu atraído pelo estilo de vida daqueles que não o são? Já teve a sensação de que alguma pessoa que não crê em Jesus Cristo leva uma vida mais feliz ou mais plena que a sua?

Esse tipo de sentimento não é incomum e leva multidões de crentes a abandonar sua fé. A sociedade que se move em torno do eixo do prazer e do bem-estar pessoal exerce uma atração intensa sobre qualquer ser humano. O sexo se tornou o ídolo de muitos: as mulheres se expõem e esculpem artificialmente seus corpos na ilusão de que um olhar ou um elogio vulgar signifique aceitação e amor. Os homens constroem seus projetos de vida na intenção de serem ricos e bem-sucedidos para ter uma dessas mulheres que se sobressaem ao seu lado. O conforto e a estabilidade completam o quadro politeísta da adoração de quem se orgulha por não adorar a nenhum ser sobrenatural.

O quadro é lamentável, porém, é a realidade, e uma realidade que atrai. Nessa vida de “prazer”, o ser humano encontra uma falsa sensação de que está no céu. Mal sabe ele que o caminho para o inferno é cheio de rosas, enquanto a estrada para o céu e estreita, apertada e difícil de ser percorrida.

Em vista disso, levanta-se uma grande questão na igreja atual: o que o cristianismo realmente tem a oferecer? É sobre isso que quero falar neste post. Mas antes é necessário esclarecer algumas coisas que, apesar de que alguns pastores assim o preguem, o cristianismo não oferece.

O cristianismo não oferece uma vida mais fácil. Não pense que o cristianismo resolverá todos os seus problemas. Entre as últimas frases de Jesus nesta terra está: “no mundo tereis aflições”. O cristianismo não oferece conforto nem estabilidade. Pergunte a Jesus ou ao apóstolo Paulo se eles tiveram vidas confortáveis e estáveis. Além disso, a perseguição, em suas diversas facetas, inevitavelmente será parte do caminhar daquele que se converte. O cristianismo não promete riquezas; a promessa é de que o justo nunca passaria fome, não que ele sempre teria o carro do ano ou uma casa enorme.

Se você está baseando sua permanência na fé em Jesus em alguma dessas hipóteses acima, creio que você deve iniciar urgentemente uma revisão de vida baseada nas palavras de Jesus.

O que, então, nos promete Jesus? Qual é o tipo de vida que se oferece a um cristão? Muitos são os pontos a citar-se aqui e foge da minha capacidade conhecer todos eles. À primeira vista, os benefícios de ser um cristão podem não parecer tão atrativos, mas peço que você dedique tempo para meditar neles e perceber como estes podem mudar radicalmente a vida de qualquer ser humano, tornando-a abundante.

1) Para o cristão, todas as coisas tem um propósito. “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus” (Romanos 8:28). Na vida do cristão, nada acontece por acaso. Tudo que lhe acontece, Deus usa para cumprir o seu propósito, e o propósito de Deus culmina na felicidade do crente. Não há nenhum tipo de sofrimento que Deus não use para o bem do cristão. O sofrimento para o não-cristão não tem propósito, é somente motivo de dor. O desgosto da perda de um familiar, por exemplo, pode terminar com a felicidade de uma vida toda. Não há muito consolo para aquele que não crê, mas aquele que crê em Jesus sabe que não importa qual seja a história, o final será feliz.

2) O cristão nunca está só. “E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século” (Mateus 28:20). Por melhor que seja a festa para o não-crente, sempre chega o momento de voltar a casa e estar sozinho. Por mais numerosas que sejam as amantes, algum dia ele ficará velho e todas o abandonarão. O crente em Jesus nunca está sozinho. Deus não nos abandonou após a morte de Cristo, mas enviou o Espírito Santo que é a presença de Deus com os que crêem nele vinte e quatro hora por dia, todos os dias do ano. Quando você precisa de um amigo, você pode conversar com ele; quando precisa de respostas, ele te dará; quando precisar de descanso, ele te guiará às águas tranquilas. Por mais que todas as pessoas te abandonem, Ele está presente e nos dá o privilégio de o sentir.

3) O cristão não depende de aceitação. “Portanto, aceitem-se uns aos outros, da mesma forma como Cristo os aceitou a fim de que vocês glorifiquem a Deus” (Romanos 15:7). O ser humano vive uma busca eterna por aceitação. Todos buscam, de alguma maneira ou de outra, serem aceitos pelos outros. Isso gera uma sociedade doentia na qual vivemos. O cristão, porém, não precisa viver nessa busca, já que ele já é aceito pelo seu Criador e essa situação não pode ser mudada porque não depende dele, senão que depende do que Deus já fez. Foi pela morte de Jesus que todos somos aceitos diante de Deus e, se mantermos a fé nele, sempre estaremos nessa condição de aceitos, apesar de qualquer feito que possamos realizar. Somos livres dessa busca desenfreada pela aceitação e, assim, podemos ser livres e felizes com nós mesmos.

4) O cristão tem a garantia de que sempre lhe será feito justiça. “Pois a ira do homem não produz a justiça de Deus” (Tiago 1:20). ”Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, pois serão satisfeitos” (Mateus 5:6). Todos nós sabemos que a justiça humana é falha. O não-cristão vive na tentativa de estabelecer a justiça para si, pois não há muita esperança de que alguma outra pessoa possa fazê-lo por ele. Ele necessita autopromover-se para que seu esforço seja visto. E, se a justiça não é realizada, não resta muito mais que as lágrimas. O cristão sabe que a justiça de Deus será feita, neste mundo ou no porvir. Nada - nenhuma atitude - ficará sem recompensa. Assim, ele não precisa viver como seu próprio advogado, na esperança de que a justiça seja feita, mas ele apenas vive na certeza de que Deus é seu Juiz e, ao mesmo tempo, o seu Advogado.

5) A morte não é o fim. "Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16). Este é o auge da fé cristã: a abolição da morte. Apenas essa certeza já é capaz de mudar a vida de qualquer ser humano. Jesus Cristo “participou dessa condição humana, para que, por sua morte, derrotasse aquele que tem o poder da morte, isto é, o diabo, e libertasse aqueles que durante toda a vida estiveram escravizados pelo medo da morte” (Romanos 8:15). Creio que ninguém está preparado para o momento da morte, mas também acredito que não haja pessoa mais preparada para esse momento que o cristão. Não há esperança para o não-cristão que morre ou que vê algum dos seus queridos falecerem. Não há consolo. Por isso, a morte se torna algo tão temido. Mas Jesus veio nos libertar do medo da morte. Ela é só um momento e não o fim de nossa existência. O que parece ser o nosso fim é somente uma elevação de nível. Podemos viver livres do medo da morte, com a certeza de que aquele que ressuscitou a Jesus de entre os mortos também nos ressuscitará.

Podemos ver que realmente Jesus veio nos libertar com uma liberdade que nos leva à felicidade. Essas verdades são tão profundas que fica difícil enxergar todas as suas consequências na vida do ser humano. Essa mudança de paradigmas liberta a qualquer que esteja aprisionado em seus próprios esforços por sua vida. Descanse sua vida nas mãos do Senhor. Entregue-se a Ele e você viverá esta vida abundante.

Por último, gostaria de citar a célebre frase de C. S. Lewis: “Abracei o cristianismo por ele ser verdadeiro e não por ser terapêutico”. Acima de todos os benefícios que o cristianismo possa trazer está o fato de ele ser verdadeiro, e isso basta para que seja digno de crédito. Parafraseando Lewis, o cristianismo, após ser aceito como verdadeiro, torna-se terapêutico.

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