"Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que eu lhes disse." (João 14:26)

"O próprio Espírito testemunha ao nosso espírito que somos filhos de Deus." (Romanos 8:16)

Não sei se você acredita que a salvação possa ser perdida ou não. Se você acredita que não, é possível que você não queira ler este texto. Mas se você acha que é necessário cultivar e cuidar a sua salvação continuamente, quero deixar alguns conselhos sobre algo que pode ser crucial para sua vida de fé.

Neste primeiro post, quero falar sobre como podemos saber que Deus é real, ainda quando as evidências digam o contrário. Tento responder a perguntas semelhantes a essas: como permanecer firme em um mundo que, muitas vezes, leva-nos a pensar que Deus não existe? O que fazer quando todos nossos argumentos apologéticos falharem? A segunda parte, complementando a primeira, é dedicada ao aspecto mais prático: explicar porque alguns abandonam a fé cristã e aconselhar sobre como permanecer inabaláveis.

Dei-me conta desta verdade que vou descrever lendo alguns textos do filósofo Alvin Plantinga e de William Lane Craig. Para quem está acostumado com uma linguagem filosófica, recomendo ler os artigos desses autores sobre o assunto. Ambos, exímios apologistas, isto é, pessoas que dedicam suas vidas a defender racionalmente a fé cristã, provavelmente lidam com a dúvida todos os dias. E não somente com a dúvida, mas também com perguntas não respondidas. Talvez você não seja um apologista, mas também tenham que lidar diariamente com dúvidas sobre Deus, seu modo de agir, sua existência, seu ser, etc.

Deus é infinito e, por conseguinte, nunca chegaremos ao pleno conhecimento dEle. Nossas mentes finitas não o podem conceber. Por exemplo, como entender um ser que é três pessoas ao mesmo tempo? São esses mistérios que o fazem Deus e não homem, infinito e não finito. Tudo isso nos leva à conclusão de que, por mais que estudemos teologia, filosofia ou qualquer outra ciência, nunca teremos todas as respostas. Mas então, o que garante que Deus é realmente verdadeiro? O que nos garante que Jesus realmente existiu e não foi um grande complô de alguns judeus do século I? Que garantia temos de que foi Deus quem criou o universo e não uma série de eventos casuais?

Quando todas as respostas falharem, a Bíblia nos diz que temos o testemunho mais verdadeiro que qualquer evidência: o testemunho do próprio Deus. Ele nos deu o Espírito Santo para que possamos caminhar em direção a toda verdade do conhecimento de Deus, e também para testemunhar sobre a realidade de Deus. O Espírito Santo é o sopro direto de Deus em nossos ouvidos nos dizendo: eu existo, eu sou real, eu te amo, minhas promessas são verdadeiras!

Você já deve ter sentido em algum momento que todas as circunstâncias o queriam afastar de Deus, mas algo dentro de você continuava falando que Ele era a opção verdadeira. Essa é a voz de Deus: tão suave e tão sutil, porém tão profunda e tão real. O próprio Deus, na pessoa do Espírito Santo, nos guiará a toda verdade, mas durante o processo onde conhecemos somente parte da verdade, ele será o testemunho fiel dentro de nós de que Deus realmente existe. Esse testemunho é maior que qualquer evidência e é nele que devemos apoiar nossa fé.

Pode parecer subjetivo, mas se refletirmos um pouco sobre isso, veremos que este é um argumento totalmente lógico. Se um Deus infinito quisesse revelar-se a seres finitos que não são capazes de absorver toda a verdade e que, ao longo da busca por essa verdade, podem tirar conclusões equivocadas de alguma evidência, a única coisa que poderia dar total certeza do que é verdadeiro é que Deus mesmo testemunhasse os fundamentos básicos e eternos àqueles que estivessem dispostos a ouvir Sua voz.

Deixe-me dar um exemplo proposto por Francis Schaeffer sobre nossa limitação em conhecer a verdade. Suponhamos que realmente haja havido um dilúvio de proporções mundiais no tempo de Noé. Esse dilúvio, então, seria capaz de alterar diversas informações sobre a terra e as evidências geológicas e de fósseis disponíveis a nós hoje seriam, por assim dizer, enganadoras. Schaeffer nunca advogou essa teoria e eu tampouco acho que seja verdadeira. O objetivo é somente mostrar como nossa posição para conhecer a verdade absoluta do universo é desfavorável. Por isso, acreditar que Deus não existe a partir de uma teoria científica é uma atitude néscia.

Continua no próximo post. 

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