Lua Nova



Na quinta-feira passada, participei de um programa muito peculiar: ir ao cinema com mais dois amigos (isso mesmo, no masculino) e assistir “Lua Nova”. Logo na entrada, percebi o público-alvo muito bem definido do filme: mulheres. Lá estávamos nós em um cinema cheio de mulheres que gritavam a cada aparição de um homem semi-nu, alguns homens acompanhando suas namoradas, outros pais atenciosos levando suas filhas e nós três. Não quero expor nenhuma opinião sobre o filme. Se fui criticado por falar da Hillsong, imagino que minha vida possa correr um sério risco se eu falar alguma coisa sobre esse fenômeno que tem enchido cinemas e, também, não quero desagradar pessoas muito próximas que poderiam se decepcionar com qualquer comentário. Ironias à parte, o filme é bom.

O que me chamou a atenção no meio de tantos lobos, vampiros, sobrenomes esquisitos e uma menina totalmente desorientada emocionalmente, foi a grande questão do filme: ser ou não ser um vampiro? A principal razão de a vida “vampirística” não parecer muito agradável é o fato de eles não terem uma alma. Teologicamente não faz nenhum sentido esse questionamento. Seres sem alma são animais, irracionais, sem sentimentos. Mas ok. Tudo não passa de um filme fictício.

A questão que realmente me chamou a atenção foi o fato da quase-imortalidade dos sanguessugas. Na votação em família de vampiros sobre se a protagonista deveria se transformar ou não em uma vampira são dados dois votos contra. Lembro-me claramente de uma integrante da família dizendo: “eu não escolhi esta vida”. Também em várias outras cenas encontramos o tal de Edward implorando para ser morto. Já falei sobre isso resumidamente em outros posts, mas a imortalidade pode ser a coisa mais terrível que pode acontecer a uma pessoa.

Minha mente volta ao Jardim do Éden, onde Adão comete o pecado original. Qual é a ação imediata de Deus após cobrir a nudez do homem com peles de animais? Expulsa-lo do jardim. Porque no Jardim ainda estava a Árvore da Vida, e caso Adão comesse do fruto dessa Árvore ele se tornaria em algo parecido com Edward: uma pessoa infeliz que nunca morreria. Só em Deus encontramos o que precisamos para viver completos.

Precisamos entender uma coisa: cristianismo não é uma religião que nos promete uma vida mais fácil, mas nos dá um motivo para viver. O cristianismo nos ensina que a paz independe de circunstâncias. É o conceito judeu de shalom: paz interior apesar de qualquer circunstância externa. O maior exemplo disso é Jesus dormindo no barco enquanto os seus discípulos desesperados esperavam o seu fim naquela tempestade. Jesus parecia viver sempre debaixo de um tempo bom e calmo. Na verdade, esse tempo bom e calmo brotava de dentro dele. Cristianismo não é uma religião que nos promete uma vida mais fácil, mas nos dá um motivo para viver. Vale à pena repetir. Não há motivo para viver fora de Jesus. Nesses últimos dias pensei muito em como a vida toma sentido a partir de Jesus. São diversos motivos que valeriam um post só para eles. Pode-se citar a proteção, a ausência eterna da solidão, a certeza de um final feliz, uma família chamada igreja. Mas o principal motivo que afeta minha vida pessoalmente é o que se encontra em Romanos 8:28, “tudo coopera para o bem daqueles que amam a Deus”. Provavelmente eu não seria tão feliz se esse versículo não estivesse na Bíblia. Mas, graças a Deus, ele está. A certeza de que tudo tem um motivo! A certeza de que tudo vai cooperar para o meu bem, não importa o que aconteça. Se não fosse dessa forma, a vida seria um caos. Eu estaria totalmente a mercê das circunstâncias. E é assim para os que não crêem em Jesus.

Fica a pergunta: para que uma vida eterna de sofrimento? Jesus nos providenciou primeiramente a justificação, o que faz com que todos os seres humanos que crêem nele possam viver em harmonia. Somente depois da justificação é que vem a vida eterna. Vida eterna sem justificação, ou seja, sem estar perto de Deus, é uma calamidade. Primeiramente, Deus conserto nossa natureza caída através de Jesus, nos dando uma natureza completa onde podemos experimentar a shalom. Depois, Ele retirou os anjos da entrada do jardim, para que nós possamos comer da Árvore da Vida: Jesus Cristo. O motivo da nossa vida só pode ser Deus. Ele é quem nos completa. Mas se nós, como Edward Cullen, buscarmos outro motivo para viver que não Deus, estaremos totalmente perdidos e dependentes da nossa sorte. Nosso motivo para viver deve ser infalível e imutável. Não conheço nenhuma outra coisa que preencha esses dois requisitos além de Deus.

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A Manifestação da Salvaçao

Você tem certeza de que é salvo? Se Jesus voltasse hoje, você estaria com Ele no seu Reino? Se você respondeu que sim, qual o fundamento da sua resposta? Se alguém há algum tempo atrás me perguntasse se eu tenho certeza da minha salvação eu responderia que sim. O motivo? Quando era criança fiz a oração de entrega a Jesus. Fui batizado (inclusive fui batizado duas vezes e fiz minha confirmação de batismo uma vez). Como posso não ser salvo? Participei até de encontros, pós-encontros, seminários de cura e libertação e o que você imaginar que está disponível pro desenvolvimento (efetivo ou não) da vida cristã hoje na igreja.

Há algumas passagens no Novo Testamento que me fazem refletir muito sobre o ensino que recebi de salvação. Uma em particular me faz repensar todo meu pré-conhecimento sobre salvação. Ela se encontra em Mateus 7:15-23. Jesus, nessa passagem, começa falando de frutos. Toda árvore boa produz bons frutos. Mas o versículo chave é o vinte e um, que diz “Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.” Jesus segue dizendo que aqueles que dizem Senhor, Senhor! profetizam em nome de Jesus, expelem demônios em nome de Jesus e sabe o que mais? Fazem milagres em nome de Jesus! È o típico ministro que as multidões seguiriam. É aquele que ocupa o primeiro lugar na igreja e não consegue ir embora sem orar por aqueles que, desesperados, desejam uma oração com imposição de mãos para que possam receber sua benção. É polêmico e forte o discurso, mas não sou eu que estou dizendo. Foi Jesus quem disse.

Mas pense comigo: se essas pessoas fazem milagres, profetizam, cantam, pregam, tenho absoluta certeza que elas fizeram a oração de entrega. É mais, acredito que foram batizadas. Mas não era a oração que me fazia entrar no Reino de Deus? A resposta é clara: NÃO! É a decisão que se traduz em oração que nos faz entrar no Reino dos Céus. A diferença é que, enquanto a oração é instantânea, a decisão é permanente. Decisão de fazer a vontade de Deus e não a nossa. Sempre.

Há outra passagem sobre a salvação em Mateus 25:31-46 que também me deixa inquieto. (Recomendo a leitura dessas passagens para saber sobre o que estou falando). Neste texto Jesus descreve a imagem do Julgamento Final. Nesse julgamento ele separa os homens em dois grupos: ovelhas e cabritos. As ovelhas são as que tomarão posse do reino, preparado desde a fundação do mundo. Os cabritos ocuparão um lugar preparado não para os humanos, mas para o diabo e seus anjos. O que as ovelhas fizeram para merecer o reino? Uma oração? Não! “Porque eu tive fome, e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era forasteiro e me hospedastes...” Bom, mas Jesus descreve somente obras. A Bíblia é clara em dizer que a salvação é por graça, e não por obras. É nisso que eu creio. Seria muito estúpido aceitar o pensamento de muitas religiões de que somos salvos pelo que fazemos. Se fosse assim o sacrifício de Jesus não teria valor algum. Jesus poderia então ter ficado ao lado de Deus, tomando um chimarrão, vendo o esforço dos homens e nunca ter vindo a Terra. Mas não! Nós precisávamos dEle. Dependíamos da sua obra redentora. Mas por que, então, Jesus cita as obras? Porque elas são a manifestação da salvação.

Nós somos como árvores. Dependendo da natureza que vive dentro de nós, daremos determinado fruto. O fruto não é a natureza da árvore, mas ele revela sua natureza. Ou seja, o limoeiro não é limoeiro por dar limões, mas eu sei que determinada árvore é um limoeiro por causa dos limões que ela dá. Se por um tempo não houver limões, ela não deixará de ser limoeiro. O fruto não determina o que a árvore é, apenas manifesta. Essa é a manifestação da salvação: boas obras. João resume esse ensinamento muito bem nos versículos 9 e 10 do capítulo 2 de sua primeira epístola: “Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço”. È muito claro: o amor, manifestado em obras, é o fruto da salvação. Paulo nos diz o mesmo em Gálatas, citando que o fruto do Espírito é o amor.

Se você ama seu irmão, demonstrando isso com suas ações, então tenha certeza que você vai para o céu. Se você ainda prefere odiar seu irmão, se suas ações não se parecem com as que Jesus citou no texto de Mateus 25, algo está errado com a sua natureza. Meu conselho é que você revise sua decisão de seguir a Jesus. Revise a sua disposição de fazer a vontade de Deus, e não a sua. Talvez você deixou a sinceridade em algum lugar do caminho. A oração que você fez há muito tempo atrás não garante seu lugar no céu. O único termômetro que temos são nossas ações, nossos frutos.

Se alguém me perguntar se tenho certeza da salvação minha resposta seria: Sim, porque o amor de Deus está sendo aperfeiçoado em mim.

Para terminar, quero citar algo que me parece importante. Já ouvi muitas vezes na igreja sobre pregadores, cantores, ministros em geral que vivem uma vida que não reflete nem um pouco a Jesus. Mas o comentário é o seguinte: “apesar disso, quando ele sobe para ministrar a presença de Deus se manifesta.” Já citei outras vezes que esse argumento é muito relativo, mas não é sobre isso que quero falar. O fruto do Espírito não são milagres, não são manifestações da presença de Deus, não são profecias. É o amor!
Nós invertemos a prioridade das coisas. Onde ficou a ação social nas igrejas pentecostais, da qual eu também faço parte? Estamos preocupados com milagres, profecia, e não manifestamos mais nossa salvação. Ou será que ela não existe mais?

Seria interessante que, como cristãos, aprendêssemos a dar honra àqueles que realmente merecem: aqueles em que a salvação se manifesta através do amor de Deus em suas vidas, e isso em ações, não em palavras.

O julgamento final será um dia de grandes surpresas. Quero sempre vigiar a minha vida para que eu não me surpreenda comigo mesmo!

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A Estrebaria


Era uma noite estrelada. Aliás, era uma noite estrelada como nunca se havia visto no Oriente Médio. Maria estava relutante por ter de viajar nesses dias em que poderiam se cumprir os dias de sua gestação. Mas pensado bem, o que poderia dar errado numa gestação tão sobrenatural como a dela? Ainda em sua mente tudo parecia muito fora do real. Constantemente ela flagrava a si mesma questionando se tudo aquilo não era apenas fruto de sua imaginação. Talvez, então, aquela viagem estava nos propósitos do Deus de seus antepassados.

Mas toda a confiança desapareceu, assim como o vento leva as nuvens embora, no momento em que descobriram que não havia hospedaria para passarem a noite. José era apenas um carpinteiro, não sabia programar viagens. Só se prendia a detalhes na madeira, não em viagens. Por um momento Maria se irritou. Uma lágrima escorre do seu rosto enquanto uma voz interior a acalma. “Tudo tem um propósito”, lhe dizia aquela sussurro que, desde algum tempo atrás, já lhe parecia familiar.

José conversa com alguns amigos de sua cidade buscando uma solução. Maria começa a sentir dores no seu ventre.

A estrebaria! Era o único lugar onde poderiam passar a noite. Os hotéis estavam todos cheios. Havia gente mais importante que José ou Maria. Havia gente mais rica. Havia gente mais preparada para viagens.

E finalmente, no auge da noite, em meio a mugidos, balidos e outros sons que eles nunca haviam ouvido, nasce o menino. José e Maria não tinham idéia de como ele seria. Seria ele diferente dos humanos? Seu rosto brilharia? Alguma marca em sua pele? Nada. Era apenas um menino. Um menino que nasceu em uma estrebaria. E aquela estrebaria fez com que o mundo nunca mais fosse o mesmo. Pois bem. A história do nascimento de Jesus retrata a história do povo de Israel. Desde os primórdios da revelação de Deus para o seu povo eles receberam a promessa de um Messias, do hebraico, Ungido. O ungido. O salvador de Israel. Aquele que ia redimir a Israel de todos os seus males. Faria com que os filhos de Abraão possuíssem a terra. Paulo resume a promessa da seguinte maneira: “A Abraão ou a sua descendência coube a promessa de ser herdeiro do mundo.” (Romanos 4:13) Era somente isso que os israelitas esperavam: ser herdeiros do mundo.

Passaram-se anos. Décadas. Séculos. E o Messias ainda não havia aparecido. Os estudiosos concentravam seus esforços para fazer uma imagem do Messias e assim podiam provar, ainda que em sua imaginação, um pouco da era de ouro de Israel. Não se contentaram apenas em interpretar, mas lançaram mais regras e esforços que fariam o povo estar mais de acordo com Deus e preparado para receber o Messias. Criaram a Talmude. Mas não perceberam que na verdade estavam cegos, e o seu guia era seu próprio orgulho que os conduzia pelo caminho oposto da salvação.

Então, nesse noite sobrenatural, o Messias finalmente nasceu. Em alguns anos já começou a pregar a salvação e o motivo da sua vinda. Porém os hotéis estavam cheios. Aqueles lugares que deveriam receber o Messias estavam cheio de orgulho, de lei própria, de esforços inúteis. A estrebaria o recebeu. Aqueles pescadores galileus o receberam. Os gentios o receberam. Mas os hotéis o rejeitaram. Os estudiosos hebreus o rejeitaram. E se Jesus nascesse hoje? Será que a igreja não estaria lotada? Será que não estaríamos demasiadamente cheios de revelações próprias, esforços inúteis e uma mente fechada?

Eu sinceramente acho que sim. Acho que estamos, muitas vezes, caminhando em caminho oposto. Minha intenção não é ser polêmico, mas acho que se Jesus nascesse hoje, muitos crentes, senão a maioria, ficariam escandalizados com ele. Como diz Romanos 9:30-33, Ele seria uma pedra de tropeço.

Meu conselho: seja uma estrebaria. Estude a palavra de Deus, mas seja humilde o bastante para que Ele mude todas suas convicções quando necessário. Dependa dEle. Dependa de sua revelação. Os fariseus eram inflexíveis, enquanto os galileus foram moldados a cada minuto que passavam com Jesus.
Prefiro ser uma estrebaria, se assim Jesus possa nascer dentro de mim.

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A Filisteia e a Judia


Havia um homem, há muito tempo atrás em Israel, que nasceu com uma promessa: começar a livrar seu povo do poder dos seus inimigos. Tudo em seu percurso convergia para um final de heroísmo e liderança. Mas parecia que sua mente constantemente divagava pelos atalhos da irresponsabilidade, pelo curto caminho da vontade própria e da inconseqüência.

Nem a sua grande força, algo que todos diziam que somente poderia ser sobrenatural, vir do além, o impediu de apaixonar-se loucamente por uma filisteia, povo inimigo do seu. Esse casal tinha em comum tanto quanto o preto tem com o branco.

Aquele predestinado herói começou o paradoxo de uma convivência com uma rosa cheia de espinhos. Por vezes sentia o perfume suave, acariciava as pétalas, mas sempre se encontrava com a realidade de que suas mãos se machucavam e sangravam constantemente.

Certo momento o sonho místico se transformou em pesadelo. A traição. A paixão, acompanhada de toda a falta de compromisso que ela implica, foi vencida pelo laço sanguíneo dessa mulher. Entregou seu próprio companheiro à morte. O paraíso cedeu à prova elementar do tempo, transformando-se num inferno. Apesar de que qualquer coisa que não sobreviva às condições de tempo e espaço não é digna de se denominar paraíso.

Passaram-se muitos anos e nessa nação novamente nasce um homem predestinado ao heroísmo e ao sucesso. Desde sua infância ele foi diferente dos demais, apesar de sua aparência física não denunciar a nobreza que habitava dentro dele. Toda a sua força parecia se encontrar no lugar onde só seu Criador podia notar.

Há uma lei no universo que não pode ser quebrada: o oculto sempre sairá à luz. Com esse homem não poderia ser diferente. Logo sua humilde distinção foi percebida pelos seus conterrâneos, chegando até o palácio do rei. Acredite ou não, mas a sua inerente nobreza ofuscou a pompa do rei.

Mal sabia ele que uma surpresa o esperava: ele era amado pela filha do rei. Talvez ele não demonstrasse tanto o seu sentimento quanto ela, porém aceitou com tal disposição que o fez pagar o dobro do dote requerido.

Um dia seu próprio rei, seu próprio sogro, acometido pela insanidade que frutifica na árvore da inveja, decidiu matá-lo. Acabar com a vida daquele homem que se destacava, sem a mínima explicação. Mas ao seu lado estava uma mulher que se confundia consigo mesmo. E nenhuma definição pode ser melhor que “fusão”: um compromisso que leva duas matérias a se tornarem uma, não se podendo mais estabelecer separação entre elas. E assim, como se salvasse sua própria vida, ela faz de tudo para que a vida do seu amado seja poupada. O compromisso chamado amor faz com que ela lute contra seu próprio sangue, seu próprio pai. O maior rei que Israel não seria lembrado agora se não fosse um ato de amor e fidelidade de sua esposa.

Essas são duas histórias reais descritas na Bíblia. A primeira fala de Sansão e Dalila, no livro de Juízes, capítulo 6. A segunda, de Davi e Mical, no livro de 1 Samuel, capítulos 18 e 19.

Um relacionamento deve te fazer mais forte e não cortar tua força como alguém corta um cabelo. Um relacionamento deve ser mais forte que laços de sangue. Um relacionamento deve dar a vida pelo outro. Um relacionamento deve ser baseado em compromisso, não em sentimento. Um relacionamento deve fazer ambas as partes ao cumprimento dos seus sonhos, da sua “predestinação” e não matar eles.

Restaure a instituição família e será apenas um passo para que o Reino de Deus venha. E pensar que toda essa missão começa com dezoito, dezenove, vinte e poucos anos.

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A Teologia do Namoro



Quis mudar um pouco o assunto dos posts enquanto minha cabeça está cheia de perguntas sobre os assuntos que eu vinha escrevendo. Então resolvi escrever sobre algo mais simples e que desperta muito interesse, inclusive em mim. Apesar de não ter nenhuma autoridade pra falar sobre o assunto, achei interessante comentar um pouco sobre o que tenho pensado sobre isso.

Namoro. Palavra que faz brilhar os olhos de qualquer cristão desde pré-adolescentes até adultos que estejam solteiros. Isso é bom, já que deveríamos preservar no meio cristão o sentido completo do amor entre homem e mulher. Na verdade não quero e nem posso falar sobre conselhos de como saber se a pessoa que você está pensando agora é o escolhido de Deus, ou qual a idade e as circunstâncias certas para começar um relacionamento. Na verdade eu não sei. Mas antes que esse post se torne mais sentimental e meloso acho melhor ir ao assunto principal.

Uma dúvida que sempre vi ser discutida entre os grandes conhecedores do assunto é se Deus tem uma pessoa certa escolhida para cada um. Já li e escutei de grandes vultos do assunto que pregam convictamente que Deus não tem uma só pessoa escolhida para mim, pois isso iria contra o meu livre-arbítrio. Então, a escolha seria totalmente minha. Tenho um amigo que sempre apresenta um argumento interessante: como posso crer que há uma pessoa escolhida por Deus para casar cada um se há mais mulheres que homens no mundo? Muito bem, já faz um tempo quando me deparei com essa questão. Claro que acreditar na teologia da “cara-metade” torna tudo mais romântico e bonito, mas estará correta?

Resolvi então buscar o que a Bíblia fala sobre o assunto e, obviamente, minha primeira fonte de informação foi a narrativa sobre Isaque e Rebeca, que, acho eu, é a história mais utilizada para ensinar-se sobre o assunto. Gen 24:12-14: “E disse (o servo de Abraão): Ó Senhor, Deus de meu senhor Abraão, dá-me hoje, peço-te, bom êxito, e usa de benevolência para com o meu senhor Abraão. Eis que eu estou em pé junto à fonte, e as filhas dos homens desta cidade vêm saindo para tirar água; faze, pois, que a donzela a quem eu disser: Abaixa o teu cântaro, peço-te, para que eu beba; e ela responder: Bebe, e também darei de beber aos teus camelos; seja aquela que designaste para o teu servo Isaque. Assim conhecerei que usaste de benevolência para com o meu senhor.” Não é necessária nenhuma interpretação ou exegese profunda para perceber que Deus tinha uma pessoa designada para Isaque. Mas e o nosso livre-arbítrio onde fica? Na cruz, na piscina do batismo ou onde você possa ter deixado ele. Servir a Deus é justamente renunciar nossa vontade para seguir a dele. Obviamente, o homem tem livre-arbítrio para não fazer a vontade de Deus, mas nem por isso excluímos o fato que Ele tem uma vontade, um desígnio. Era de extrema importância que Isaque fosse casado com a esposa correta, pois eles dariam seguimento ao legado e a promessa de Abraão. Da mesma maneira é muito importante que eu e você estejamos casados com a pessoa correta se queremos fazer a vontade de Deus por completo.

Na verdade o assunto não é tão simples quanto parece. Está bem claro que Deus tem uma pessoa designada para aqueles que querem seguir a vontade dele, mas isso não tira o nosso livre-arbítrio. Sendo que um relacionamento é feito de duas pessoas, a qualquer momento uma delas pode usar de seu livre-arbítrio para não seguir mais a vontade de Deus. E aí relacionamentos podem terminar de maneiras doloridas. Bom, aí entra um mistério que nós nunca vamos poder entender. Se a pessoa que havia sido designada para você prefere fazer sua própria vontade e escolher por conta própria ela sofrerá grandes conseqüências, mas não você. Eu sei que esse argumento não é muito maduro por assim dizer, mas é realmente como creio que tudo funciona. E não esqueça nunca: “Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.”

O único conselho que posso dar é este: esteja disposto a seguir sempre a vontade de Deus e busque saber a sua vontade. A família é a base da sociedade. Uma família cristã bem estruturada pode fazer grande diferença na sociedade.

Com certeza é um post bem incompleto sobre o assunto, só quis realmente tratar sobre essa problemática. Mas quero deixar um parênteses nesse final de esperança para meus amigos mais íntimos: Se você pensa que deixar Deus escolher a pessoa com que você vai casar significa que você passará a vida inteira junto daquela irmã de olhos atraentes (um atrai o outro), que não se importa muito com seu peso, menos ainda com sua roupa, mas que sabe a Bíblia de cor, ficam alguns versículos para meditação: Gen 12:11- "Quando ele estava prestes a entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora, bem sei que és mulher formosa à vista"; Gen 24:15 - "Antes que ele acabasse de falar, eis que Rebeca, filha de Betuel, filho de Milca, mulher de Naor, irmão de Abraão, saía com o seu cântaro sobre o ombro. A donzela era muito formosa à vista, virgem, a quem varão não havia conhecido; ela desceu à fonte, encheu o seu cântaro e subiu. "Gen 29:17 - "enquanto que Raquel era formosa de porte e de semblante."

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A grande diferença entre Ceu e Inferno



Você já pensou que todos os seres humanos são eternos? Nós, cristãos, cremos que vamos viver eternamente, porém a existência de todos os seres humanos é eterna. A Bíblia se refere à vida eterna como o futuro daqueles que são justificados pelo sangue de Jesus, porém em nenhum momento diz que os não-justificados deixarão de existir, porém não se refere ao seu futuro como vida.

Isso me faz pensar no conceito que temos de vida e morte. (Recomendo lerem a definição de vida da Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Vida). Vida não é o período em que estamos nessa terra, ou a nossa existência. E morte não é apenas o suspiro final de uma existência breve.

Estava observando nessa semana as palavras em grego para “vida”, no livro de João. Todas as vezes que Jesus ou João se referem a vida que Deus nos dá, aquela conquistada por Jesus, é usado o substantivo “zoe”. Já a vida natural, que é citada nos momentos que se referem a Jesus entregando sua vida pela humanidade, o substantivo é “psuche”. Ou seja, o conceito bíblico de vida na Bíblia é diferente do nosso.

Vida, biblicamente expressada em “zoe”, não se refere à existência. É algo muito além. É muito complicado achar um significado para a vida, mas creio que a nossa vida biológica (psuche) é uma sombra dessa vida real (conforme já afirmava C.S. Lewis). Bom, nossa vida biológica é um presente, algo que não podemos controlar. Algo que recebemos de nossos pais. Algo que é influenciado pela herança genética que recebemos deles. É a base e o sentido da existência. Volto a dizer que é muito complicado definir, mas já dá para pensarmos sobre isso.

Bom, sendo a “vida bíblica” diferente do conceito que temos, creio que o mesmo acontece com a morte. Como já disse, se a morte fosse só um momento pelo qual todos teriam que passar, a Bíblia não se referiria a existência pós-vida biológica como morte eterna para aqueles que não foram justificados pela obra de Jesus. Outro tema complexo, mas penso que na morte perdemos toda semelhança que temos com o criador. Então seria uma existência eterna sem nenhuma semelhança com Deus. Não gostaria nem de pensar em existir ou ver alguém que eu amo existir dessa maneira, posto que Deus é a fonte de toda a felicidade, amor, paz, bondade, prazer. Agora imagine uma existência eterna apenas com valores opostos a esse.

Mas não é esse o assunto principal. Na verdade tudo começou quando estava lendo essa semana o livro de Romanos falando sobre nossa justificação pela ressurreição de Jesus. Fiquei pensando qual o motivo de justificação, ou seja, sermos tornados justos, para alcançarmos a vida eterna. Demorei um pouco refletindo, mas logo lembrei de assuntos de posts anteriores. O motivo creio que é o seguinte: como falei em outros posts, o homem tinha disponível para si duas árvores no jardim. Ele escolheu a “Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal”, perdendo então sua pureza por causa da desobediência. Uma das primeiras atitudes subseqüentes de Deus é fechar o caminho a Árvore da Vida, ou seja, à vida eterna. Porque senão o ser humano, destituído da vida de Deus (ou seja, todas as suas qualidades) viveria uma vida eterna de tristeza, amargura e autodestruição. Por isso precisamos de justificação para alcançarmos a Vida Eterna. Na verdade a justificação é a principal diferença entre céu e inferno. É uma conseqüência natural: seres humanos expressando as qualidades altruístas de Deus preservam sua existência, já os que não possuem essas qualidade destroem não só a sua, mas também a dos outros.

Jesus nos trouxe a oportunidade novamente de sermos justos. Não tenho muita idéia do que vai acontecer a partir da nossa morte biológica: se os que crêem em Jesus vão ser perfeitos a partir desse momento ou como será. A única coisa que sei é que quero aproveitar essa vida biológica para ser revestido da vida de Deus para desfrutar de uma Vida Eterna.

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Mas Deus não era perfeito?




“Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem.” (Hebreus 5:8)

Aperfeiçoado? Outra aparente contradição bíblica. Jesus é Deus. Deus é perfeito. Quem é perfeito não precisa ser aperfeiçoado. Não há problemas de tradução, pois a palavra grega nesse texto significa realmente “aperfeiçoado, chegar à perfeição”. Então temos um problema.

Acompanhe-me até o pecado do homem, quando este prefere a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal à Arvore da Vida. A partir dessa desobediência (pois Deus havia dito que o homem não devia comer do fruto dessa árvore) o homem se torna essencialmente mal. Sua natureza se torna má.

Bom, se dissermos que a natureza humana se tornou má estamos dizendo que não há nenhuma bondade inerente ao homem. Seu esforço não pode produzir nenhuma bondade. A natureza é quem determina os frutos. Uma laranjeira não pode dar limões como um limoeiro não pode dar laranjas.

Todos concordamos então que não havia bondade no homem. Mas Deus criou o homem para que ele vivesse eternamente ao seu lado, certo? Como fazer isso se o bem não pode conviver com o mal? Relações são bilaterais, ou seja, deve haver interesse e colaboração das duas partes.

No ser humano não havia nada que o levasse de volta a uma relação com Deus. Qual seria a única saída? O homem negar a si mesmo e entregar-se completamente a Deus. Arrepender-se completamente e fazer o que chamamos no cristianismo de “tomar a sua cruz”. Assim o Espírito Santo derramaria a essência de Deus, ou seja, o amor sobre o coração do homem (Romanos 5:5). Mas isso demanda do homem uma atitude de bondade, e voltamos a problemática de o homem, essencialmente mal, não poder produzir frutos de bondade.

Como realizar isso então? Se o homem já é essencialmente mal ele não poderia aprender essa lição de arrependimento, obediência e morte de nenhuma maneira. Não havia um homem sequer que tivesse bondade em si e pudesse dar esse exemplo à raça humana, exceto o próprio Deus.

Mas há um grande problema aí. Deus não sabe o que é provar a morte, afinal Ele é eterno. Deus não sabe o que é arrependimento, afinal ele não erra. Deus não sabe o que é obediência, afinal os criadores não devem nenhuma obediência a suas criaturas.

Que fique bem entendido que quando digo que “Deus não sabe” não quero dizer que Deus não conhece o conceito. Ele sabia muito bem o que é obediência, assim como eu sei o que é casamento. Mas da mesma maneira que eu não tenho (por ser solteiro) autoridade nenhuma para aconselhar um casal com problemas no casamento, Deus não teria autoridade para guiar o homem ao arrependimento, obediência e morte do seu ego sem viver realmente isso.

Nesse ponto o escritor do livro de Hebreus diz que Jesus foi aperfeiçoado. Ele já tinha todos os atributos de amor e bondade divinos, mas veio a terra aprender a obediência e a morte de si mesmo, com o fim não somente de ser um exemplo, mas guiar toda a humanidade no mesmo caminho de volta para Deus.

Mas não pense que o exemplo de Jesus foi o suficiente para que nós nos voltássemos para Ele. Continuamos sendo humanos e sem a capacidade inerente de gerar frutos de bondade. Por isso, estando agora na natureza de Deus a morte (na verdade obediência, o arrependimento e a morte do ego se resumem à morte de si mesmo) ele compartilha sua natureza com nós por meio do seu Espírito que vive dentro de nós. Você, cristão, não apenas aceita a Jesus e passa a viver uma relação com Ele, você se torna um com Ele. Ele está em você e você está nele. É difícil entendermos isso por causa da concepção de matéria que temos impressa em nós desde a nossa infância, mas talvez se torne mais fácil se pensarmos que a matéria é algo somente do mundo físico.

A bondade de Deus que te conduz ao arrependimento. Tudo é dele, por Ele e para Ele. O amor (que a palavra que melhor expressa a natureza de Deus) não pode ser gerado por sua própria força. Só aquele que foi aperfeiçoado pode gerar isso em você. E Ele está todos os dias com você para lhe ajudar. “Pois naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados”.

Apesar de todo esse texto sei que só vejo a salvação como alguém que vê uma paisagem através de um vidro embaçado. É tudo ainda mais complexo e perfeito. Teria muito mais a escrever, mas como disse anteriormente, não leio textos muito longos nos blogs e acho que são poucos os que se animam a ler.

Amo muito a Jesus e sua obra salvadora. E o mais interessante é que ele é quem gerou isso em mim. Que paradoxo! Que loucura! Que verdade!

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O dia em que Deus quis matar todo mundo



Quando criei este blog eu tinha como propósito principal buscar passagens bíblicas para falar simplesmente sobre o amor de Deus. Esse era o foco. Os três primeiros posts foram assim, mas logo me desviei desse propósito.

Bom, estava lendo minha Bíblia essa semana e cheguei a uma das passagens de mais difícil interpretação de todo o livro. Se encontra em Gênesis 6. Ali, nos versículos 6 e 7 encontramos o seguinte: “então, se arrependeu o Senhor de ter feito o homem na terra, e isso lhe pesou no coração. Disse o Senhor: Farei desaparecer da face da terra o homem que criei.” Lida assim sem aprofundar-se encontramos de cara uma contradição. Números 23:19 nos diz que “Deus não é homem, para que minta, nem filho do homem, para que se arrependa”. A palavra hebraica para “arrependimento” é a mesma nessas duas passagens.

A explicação mais cabível é o uso de uma figura de linguagem antropopática, que vemos constantemente na Bíblia. Ou seja, Deus é comparado a uma figura humana para que tenhamos uma melhor compreensão. Tem nexo essa afirmação. Ora, se eu não entendo nem meus sentimentos, acaso vou entender os sentimentos divinos?

Outra coisa que devemos ter em conta é que as ações e sentimentos de Deus estão intimamente relacionados às atitudes humanas, como diz Jeremias 18:7-10: “No momento em que falar contra uma nação, e contra um reino para arrancar, e para derrubar, e para destruir, se a tal nação, porém, contra a qual falar se converter da sua maldade, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.”

Na verdade não é este o ponto que quero tratar, é só uma explicação básica sobre o texto. O ponto é: como um Deus que ao longo da Bíblia diz que é Pai, que é amor, que é bondoso pode querer matar toda a humanidade criada por ele?
A humanidade se havia corrompido. Desde o pecado de Adão, estavam descendo gradualmente de um estado de pureza até um estado de perversão total. Esse texto mostra que os filhos de Deus se casaram com as filhas dos homens. É outro assunto bem complicado para ser interpretado, mas provavelmente “filhos de Deus” se refere descendência de Sete (filho de Adão) que andava em fidelidade com Deus, enquanto “filhas dos homens” se refere à descendência de Caim, que desde seu progenitor já andava totalmente afastada de Deus.

No momento em que essas duas linhagens unem seus costumes, crenças, culturas, já não sobra nenhum homem justo na terra, apenas Noé. Uma coisa que temos que entender é que o homem, quando decide viver resolutamente no pecado, sucumbe a seu próprio orgulho. Orgulho é a fonte do pecado, é o extremo oposto ao amor. Orgulho é buscar apenas seus próprio interesse, colocar-se acima dos outros, querer tirar sempre vantagem, etc, etc.
Toda a humanidade então havia sucumbido ao orgulho. Já sabemos qual seria o fim. Uma sociedade não sobrevive sem o altruísmo. Qualquer sociedade sabe que, para sobreviver, os seus cidadãos devem buscar o bem dos outros e não somente o seu próprio bem. É uma questão de sobrevivência. Na humanidade de Gênesis 6 não havia sequer um cidadão altruísta, além de Noé. Era uma sociedade auto-destrutiva. Bombas atômicas humanas perambulando pelo Oriente Médio.

Agora sim chegamos ao ponto. O coração paterno de Deus não agüenta ver essa situação. Não é o fato de que ninguém servia ao Senhor, de que ninguém o honrava. É pelo fato de que todos se estavam matando aos poucos. Deus nunca interfere no livre-arbítrio humano. Então qual a solução que restava para Deus? Como ele poderia diminuir o sofrimento humano? O coração de Deus doía, mas ele preferia ser o culpado pela destruição da sua criação do que permitir que ela se destruísse por si mesma.

Graças a Deus que Ele pôde encontrar Noé. Um homem justo e altruísta que deu a possibilidade da humanidade seguir adiante. Esse é o papel da igreja: ser altruísta. A igreja não existe para si mesma, ela vive para o mundo. Você, cristão, não deve viver para si mesmo, deve viver para seu irmão.

Poderia seguir escrevendo sobre muitas coisas mais, mas quero deixar essa reflexão. Vejo um paralelo muito grande de Gênesis 6 com nossa sociedade atual. Deus prometeu que não destruiria mais a humanidade e ele não falha com suas promessas, mas somos hoje uma sociedade auto-destrutiva. Se não mudarmos como indivíduos e se a igreja não penetrar na sociedade é só uma questão de tempo para a destruição total. Deus olha dos céus e lembra de Gênesis 6.

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Flores e Artistas 2



Toda essa revelação sobre a beleza de Deus me fez pensar muito. Deus é muito bom!

A beleza é parte da essência de Deus. O que ele faz contém e expressa beleza. Vendo a partir desse prisma pude entender melhor a área artística dentro da sociedade. Encontrei então a seguinte definição: os artistas são pétalas em forma humana.

Sou um apaixonado pelas artes. Seja música, dança, teatro, literatura, desenho, moda e até culinária. Tudo o que envolve artes me atrai. Mas foi a pouco tempo que entendi que todo artista realiza um papel parecido ao da natureza: expressar a beleza divina. E sabe o que é mais interessante? O artista expressa essa beleza, tendo ele consciência disso ou não!

Sou um músico cristão e, pela consciência do amor de Deus por mim, cada vez que soa alguma nota produzida pelo meu esforço ou cada acorde gerado dentro de mim tem como propósito glorificar a Deus. Porém, há muitos artistas que produzem música, dança ou o que for com o intuito de exaltação própria. E sabe o que? Mal sabem eles que estão revelando Deus nesses momentos. Ignorar que Deus é o doador de todo o talento e da vida é uma tremenda ignorância (valendo-se da redundância), porém, ainda assim a beleza de Deus é expressada. Não há como fugir disso.

Deus criou a arte. O propósito dela é muito parecido ao da natureza criada pelo mesmo Deus. Só que dessa vez a criação suprema de Deus, ou seja, o homem, expressa beleza a partir de sons, movimentos, criações, etc. Vendo desse ponto de vista os artistas expressam o DNA divino de duas maneiras: criatividade e beleza. Por sermos imagem e semelhança de Deus temos em nós a capacidade de criar (herdada do criador de tudo) e também de expressar beleza.

A música, por exemplo, é uma arte muito peculiar. Estudei muito a ideia bíblica de louvor e a conclusão que cheguei, ou uma delas, é de que a música é um facilitador para nos comunicarmos com Deus. A música nos ajuda a expressar nossas emoções. Então, dentro da igreja, sempre vamos encontrar as músicas mais fáceis para que o povo em geral possa assimilar e assim expressar seus sentimentos a Deus, assim como os álbuns de música pop vendem mais que os álbuns de jazz ou tango, por exemplo. Mas isso não significa que a música se limita a isso. Deveríamos dar mais espaço para expressar a beleza do criador por meio dessa arte dentro das igrejas. Não se ouvem concertos de música clássica, jazz, bossa nova ou outros ritmos considerados como a parte mais alta da pirâmide da beleza e destreza musical. Muitas vezes até taxamos alguns ritmos de seculares. E consideramos heresia uma apresentação de um grupo musical na igreja. Dizemos que, o que não é louvor (enquanto definido como música em que toda a igreja pode cantar junto), não deve estar dentro da igreja. E assim cegamos voluntariamente nossos olhos para ver a beleza de Deus por meio da sua criação.

Creio que a igreja deveria ser um lugar onde a arte reside, pois ela nos leva para mais perto da revelação da personalidade de Deus. Imagine um dia em que as pessoas não irão mais aos teatros para ver espetáculos de dança, música, teatro ou pintura, mas irão à igreja!

Temos rotulado as artes como seculares e assim pintamos uma imagem de Deus em preto-e-branco. Como você imagina o diabo? Um ser com chifres, rabo, enrugado, etc. Seja qual for a imagem, todos nós concordamos que ele é totalmente desprovido de beleza. Então porque atribuímos a ele a beleza das artes? Ele pode se utilizar dela para propósitos impuros, porém ainda assim, enquanto há beleza, há somente um que pode ser revelado: o Criador de tudo.

Deus é belo! Ele nos deu a capacidade de expressar beleza por meio das artes, e assim reproduzimos a sua natureza. Se você é artista, pense nisso. Coloque o seu esforço no aperfeiçoamento do que você faz e assim você estará sendo mais como Deus é. Veja Deus cada vez que você olha uma flor ou um espetáculo de música, uma cachoeira ou uma mostra de dança, um raio ou uma pintura!

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Flores e Artistas 1


Hoje almocei na minha vó. Depois de comer, me sentei na cadeira de balanço e fiquei observando o seu jardim, cultivado com toda a destreza e paciência alemãs. Aquele período de sonolência e paz pós-almoço fez voltar a minha mente uma questão de algum tempo atrás: Por que existem flores?

Não sou biólogo e, inclusive, biologia sempre foi a matéria que menos me atraiu. Até onde sei a única função da flor é armazenar o pólen, que é parte da reprodução das plantas e alimentação de alguns insetos. Mas qual o motivo de a flor ser como ela é? Por que Deus deu à flor pétalas e não somente o núcleo, que é a parte “útil” dela? Ou, por que as flores têm cores diferentes? Por que a natureza não é toda verde?

A única resposta que pude conceber é de que Deus quer revelar sua beleza por meio de sua criação. O único motivo de uma flor ser como é e o mundo não ser preto-e-branco ou grayscale é porque Deus quer que você veja algo belo todos os dias! Isso contraria totalmente a visão que temos de que Deus é um ser que exige nossas tarefas diárias cumpridas ao pé da letra sem nenhum erro ou pecado. Não! Ele é um Deus que se preocupa com nosso lazer e bem-estar. A beleza tem a capacidade de nos trazer sentimentos de paz e harmonia, sentimentos esses inerentes à Deus

Diz Romanos 1:20: “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas”. A natureza é a melhor pregadora que já existiu ou existirá. As cores, os aromas, as formas. Cachoeiras, abismos, vales, montanhas: tudo revela a natureza, o DNA, de Deus. O Engenheiro do mundo é também o Arquiteto. Ele não se preocupou apenas com a funcionalidade das coisas, mas também com a beleza. Simplesmente porque a beleza é algo que flui de Deus. Este traço da personalidade de Deus me fascina.

É importante ressaltar que isso não é o mesmo que a idéia panteísta, na qual se baseia, por exemplo, o hinduísmo. O panteísmo diz que tudo é Deus e Deus é tudo. Outro dia ouvi de um amigo uma frase que retrata bem o panteísmo: “Estou mais tranqüilo que vaca na Índia.” O que eu quero dizer é que a criação expressa a essência do criador, assim como um filho herda o DNA de seu pai e sua mãe.

Em algum dos tantos livros do psicólogo Augusto Cury que li, lembro de ele comentar que um dos passos para uma vida emocionalmente saudável é a contemplação do belo. Você já pensou que, talvez, todas as flores que você encontra no caminho de sua casa até seu trabalho estão lá simplesmente porque Deus desejou que você visse algo belo todos os dias? Até o turbilhão de cores no wallpaper do seu computador expressa a natureza de Deus!

Isso tudo me incentiva a começar a reparar mais na beleza da criação. Guardar um tempo para isso. Descansar e contemplar a criação, para ver refletido nela o Arquiteto, o Engenheiro, o Artista, o Criador: DEUS!

(Em breve, continuação...)

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Relationaholic


Confesso que sou um viciado em internet. Passo várias horas na frente do computador. Muitas vezes chego a cansar desse meu laptop companheiro. Então, tendo como base esse meu vício, comecei a pensar em que me motivava a passar tantas horas na frente do computador e de onde provinha esse sentimento estranho que experimento toda a vez que passo alguns dias longe da World Wide Web (rede mundial de computadores, apelidada de internet).

Bom, comecei a reparar no meu comportamento. O que eu faço cada vez que ligo o meu computador? E sempre é a mesma liturgia: abrir o Firefox e o MSN Messenger, ambos ao mesmo tempo. Conecto no MSN, que demora algum tempo. Enquanto isso, volto à janela do Firefox. Nela estão contidos, na barra de favoritos, os sites que costumo acessar. Então, pela ordem em que aparecem, clico em Orkut. Abro uma nova aba e clico em Twitter. Nesse tempo já se carregou completamente o MSN. Vejo quais contatos estão online e se tenho novas mensagens de e-mail. Automaticamente volto à janela do Firefox, e abro uma nova aba: Hotmail. Enquanto digito a senha, uma nova aba: Facebook. Vejo todas as atualizações e, revisando meu inconsciente (seja isso possível, ou não), percebo que estou esperando que uma janela de conversa do MSN pisque na minha barra de tarefas.

Na verdade o parágrafo acima é um esboço da minha atitude diária em frente ao computador. Sem contar os inúmeros F5 na página do Twitter. Faço das minhas palavras as de Paulo no livro de Romanos, “quem me livrará do corpo dessa morte?” (de alguma forma profetizando inconscientemente o aparecimento do super-herói mexicano, Chapolin).

Não sei se você já percebeu, mas certo dia me dei conta que meu vício não é de internet. Sou um viciado em relacionamentos. E logo minha cabeça se encheu de questionamentos, o que não é muito raro. O primeiro pensamento foi: “Mas então não estou fazendo nada de errado! Afinal, relacionamentos são um dos pontos fundamentais de uma vida saudável”. Mas a palavra “vício” já traz junto consigo o conceito de algo não-saudável. Aliás, o vício faz com que muitas coisas saudáveis se tornem insalubres.

Havia uma mulher de uma cidade chamada Samaria. Na sua época não havia computadores, nem twitters, orkuts ou chapolins. Mas se ela vivesse hoje em dia com certeza teria uma conta em todos esses sites de relacionamentos, e muito provavelmente em alguns outros não tão lícitos ou saudáveis. Essa mulher já estava em seu sexto relacionamento amoroso. Ora, se cinco maridos não puderam preencher algo dentro dela, porque então ela achou que o sexto resolveria? Conduta típica de um viciado: não se importa com a causa do vício, apenas amortece os sintomas com alguma substância, seja essa física ou emocional. Um dia essa mulher foi cumprir sua rotina diária de buscar água no poço, mas encontrou um cara judeu, barbudo provavelmente, cansado e sentado à beira do poço. Esse indivíduo se chamava Jesus, indivíduo esse que dividiu a história. Ele oferece a essa mulher algo que nenhum homem, nenhum site de relacionamentos podia dar para ela. Jesus usa uma metáfora usando a água. Enquanto a mulher buscava saciar sua sede com uma água física, Jesus lhe propõe uma água espiritual. Como já disse em outras postagens. Somos feitos de Deus e só em Deus e com Deus somos completos. Nada natural pode saciar nossa sede existencial, somente o amor que Jesus pode oferecer.

Conclusão (sou péssimo com conclusões). Acho que o vício de relacionamentos não é em nada prejudicial, apenas se tentamos fazer com que esses relacionamentos humanos preencham nosso vazio existencial. É como tentar encher um balde com pedras grandes. Talvez até pareça cheio o balde para quem vê de fora, porém somente a água poderia encher totalmente o balde, de forma com que nenhum espaço fique vazio. Só vamos experimentar relacionamentos completos depois do nosso balde estar cheio da água do amor de Deus.

Relacione-se. Mas seja cheio primeiro!

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Amar mais a Deus que meu pai e minha mae?




“Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim; quem ama seu filho ou sai filha mais do que a mim não é digno de mim.” (Mateus 10:37)

Creio que não há nenhuma passagem da Bíblia que não transborde o amor de Deus. Essa passagem sempre foi um trecho que aceitava com facilidade. Jesus fez tanto por mim na cruz que o mínimo que eu devia fazer era amá-lo mais que a qualquer outra coisa nesse mundo. Nada mais que retribuir um amor que me foi dado.

O discurso parece bonito, mas no fundo eu sentia certo egoísmo divino nessa passagem. Como humano que sou pensava que Jesus tinha o total direito de pedir isso, dado todo o sacrifício praticado por Ele. Mas o amor incondicional e desinteressado de Jesus não encaixava muito bem nesse pedido.

Nesses últimos dias comecei a ver esse texto de uma perspectiva diferente. Meu avô, após muito tempo de complicações de saúde, veio a falecer na semana passada. Acho que não há lugar algum que o ser humano se sinta tão desprovido de certezas e tão inseguro do que quando se depara com um ser humano, igual a ele, morto. Creio que, no plano original do Criador, o ser humano não foi programado nem para morrer e nem para romper relações. Quando enfrentamos algumas dessas situações somos tomados de uma crise interna, por maior que seja a nossa habilidade de enfrentar confrontos emocionais.

Voltando ao dia do velório do meu avô. Todos estavam muito conformados, afinal já eram anos de debilidade física. Mas sempre há uma pequena crise reservada para quando nos deparamos com a realidade da morte. E a crise, se bem manejada, pode abrir a janela da nossa inteligência.

Nesse dia refleti muito. Pensei em várias situações. Pensei em diversas possibilidades e variáveis. Então, como que chegando ao fim de um labirinto, minha mente lembrou dessa passagem, que eu acreditava conter um teor de egoísmo divino. Percebi que, na verdade, este texto estava carregado de proteção e preocupação divinas.

Imagine como seria para nós, meros humanos, encarar a morte de uma pessoa amando-a mais que a Deus? Se amamos a Deus acima de qualquer coisa nós cremos no seu propósito e no seu compromisso com o nosso bem-estar eterno. Mas se há alguém acima dele, com certeza a ausência dessa pessoa geraria em nós uma rebeldia cega que nos afastaria de Deus e do seu propósito. Assim estaríamos fadados a viver a eternidade longe daquele que nos conquistou a possibilidade de viver uma vida sem fim.

Deus sabe que o homem adquiriu para si a infelicidade da morte. Não estava no projeto original dEle, porém na sua rebeldia original o ser humano pôs fim no desejo divino de viver eternamente na companhia do homem. Jesus conquistou novamente a vida eterna para a humanidade, porém ainda passamos pela morte do nosso corpo terrestre.

Para receber a vida eterna precisamos aceitar o sacrifício de Jesus por nós. Isso faz com que, infelizmente, nem todas as pessoas que amamos passem a eternidade conosco. Se amamos mais a uma pessoa que a Deus podemos cometer o erro gravíssimo e insano de rebelar-se contra Deus e abdicar do direito de vida eterna que temos. Porém, se amamos mais a Deus que qualquer outra pessoa, vamos ter a certeza que o final do filme da nossa vida seja feliz. Essa é a vontade de Deus para nós: um final feliz!

A proteção de Deus é abundante sobre nós. Seus propósitos eternos são encharcados e transbordantes de amor.

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A construção




“Na casa de meu Pai há muitos aposentos; se não fosse assim, eu lhes teria dito. Vou preparar-lhes lugar. E se eu for e lhes preparar lugar, voltarei e os levarei para mim, para que vocês estejam onde eu estiver”. (João 14:2-3)

Falar do céu é complexo. Jesus diz a seus discípulos, na ocasião dessa “reunião final” que Ele estava indo para preparar-lhes lugar na casa de seu Pai. Não há dúvida que a casa de Seu Pai é o céu.

A última frase desse texto contém uma declaração explícita de amor que Deus vem fazendo desde o Gênesis e a criação do homem: “para que vocês estejam onde eu estiver”. O desejo maior de Deus (e permita-me acreditar que todos os seus atos e pensamentos giram em torno disso) é passar a eternidade ao lado de você e de mim.

Havia duas árvores no jardim do Éden: a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal e a Árvore da Vida (Gênesis 2:9). O homem foi proibido de comer da primeira árvore, o que não era nada mais que a opção de Deus de conceder livre arbítrio ao homem. Porém em nenhum momento a Bíblia cita que o fruto da Árvore da Vida não podia ser comido. Isso nos mostra que o desejo divino, desde a criação de Adão, era que ele passasse a eternidade ao lado de seu criador.

O acesso a Arvore da Vida foi bloqueado por anjos, conforme nos conta o livro de Gênesis, pois seria um grande desastre deixar que o homem, agora pecador, vivesse eternamente no pecado. O mundo seria um grande caos. Porém Jesus veio dar a possibilidade ao homem de ser livre do pecado e viver eternamente ao lado de seu Criador, num ambiente perfeito.

Percebi, numa cerimônia de cremação recente em que participei, que o homem anela o céu inconscientemente. O lugar de cremação era em um campo, de total paz, onde tudo parecia estar em harmonia. Os cemitérios mais caros também seguem essa mesma fórmula. Como já citei anteriormente, o homem não foi programado para morrer, e quando enfrenta a morte, inconscientemente ele percebe que o céu é o seu lugar original. O céu é o lugar onde o homem pode ser, valendo-se da redundância, completamente completo.

Nós passamos toda nossa vida tentando ser completos. Procuramos nos completar com relacionamentos amorosos, trabalho, vícios, bebida, diversão. Mas na verdade isso tudo são sentimentos “postiços” do céu. Nada disso pode e nem vai nos completar. Ao contrário, muitas dessas coisas vão nos levar a escravidão da dependência. O ser humano anela inconscientemente por seu lugar de origem.

Mas o ponto onde quero chegar não é só esse. O céu é a certeza que Deus deu a seus filhos de que, não importa o que possa acontecer no filme de nossa vida, o final vai ser feliz! Qual é sua definição pra êxito na vida? Um empresário bem-sucedido que viaja todo mundo, mas acaba morrendo e indo para um lugar de sofrimento. Ou um mendigo que sofreu sua vida inteira, viveu sozinho, mas morre e encontra o lugar onde ele é completo e rodeado de pessoas que formam uma família?

Jesus nunca nos prometeu uma vida fácil, mas sim uma vida vitoriosa. Com certeza todos nós passaremos por aflições. É a lei da semeadura e da colheita. O homem semeou pecado e agora toda a sua descendência colhe tribulações. Mas temos a certeza que seremos vitoriosos se estamos com Jesus. E nem a morte, que era a principal derrota e pior medo do ser humano tem mais efeito. Até sobre ela somos vitoriosos por meio de Jesus.

Na nossa vida podemos passar por lutas, aflições, desânimos, injustiças, perdas, e tudo mais que você puder imaginar. Porém Deus, no seu perfeito amor, já tem programado um final extremamente feliz para nós!

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Os segredos de Jesus



“Um deles, o discípulo a quem Jesus amava, estava reclinado ao lado dele. Simão Pedro fez sinais para esse discípulo, como a dizer: ‘Pergunte-lhe a quem ele está se referindo’. Inclinando-se esse discípulo, perguntou-lhe: ‘Senhor, quem é?’ Respondeu Jesus:’Aquele a quem eu der este pedaço de pão molhado’”. (João 13:23-26)

Eu acho incrível a vida do apóstolo João. Ele entendeu o amor de Jesus como nenhum outro discípulo, e isso fez toda a diferença na sua vida e no seu ministério.

O relacionamento de João com Jesus foi distinto. Podemos ver isso fazendo um paralelo com Simão Pedro, outro discípulo de Jesus. Na última ceia, enquanto Pedro fazia juras de amor ao Senhor, sendo surpreendido com a declaração de Jesus de que Pedro o negaria três vezes dentro de poucas horas, João estava sentado ao lado de Jesus, e o seu grande Líder lhe confia um segredo. Na crucificação todos deixaram a Jesus, inclusive Pedro que devia estar se lamentando em algum lugar de Jerusalém. João, porém, estava ao lado de Jesus até o final e Jesus lhe confia a responsabilidade de cuidar de sua mãe.

É básico à vida cristã que entendamos o amor divino. Melhor dito, esse amor é incompreensível. Tudo que temos que fazer é aceita-lo. E assim poderemos viver a plenitude que João experimentou em sua vida.

O fato que me chama mais atenção nesse diálogo é a posição de cada um dos envolvidos. Jesus era o líder. João, o discípulo. Era o último momento de Jesus com seus discípulos, a chance de entregar todas as diretrizes do futuro. Porém, eles estão comendo e conversando. Jesus informa a seus discípulos que um deles seria o traidor.

Até aí tudo bem, a profecia tinha que se cumprir de que um dos que se assentavam com Jesus o iria trair. O que me impressiona é que João se arrisca a perguntar a Jesus qual deles o trairia. Mas o que me impressiona sobremaneira é que Jesus responde a essa pergunta. Eu não vejo nenhum sentido em João saber quem seria o traidor. João não impediria isso, e obviamente Jesus não o deixaria impedir caso ele tivesse esse poder. Mas ele não tinha. Jesus simplesmente conta esse segredo a João por causa da amizade que os envolvia.

Sempre aprendi, em todas as aulas de liderança que tive, que o líder não deve se expor. Temos a idéia de que um líder, para que seja bem-sucedido, não deve ter uma relação demasiadamente íntima com nenhum de seus liderados. Contar segredos pessoais então está totalmente fora de cogitação. Ainda bem que Deus não pensa como nós!

Jesus não se importava tanto com a liderança quanto com a relação. Para ele era muito mais importante a relação pessoal do que qualquer coisa. Na verdade, sua liderança foi construída com base nas relações interpessoais com seus discípulos. E essa relação não era fingida, como é de costume de muitos líderes cristãos e não-cristãos. Jesus se doava a relação. Não tinha medo de que os seus discípulos conhecessem seus segredos.

Ainda hoje precisamos saber que o interesse de Deus em nós não é ser nosso líder. Seu interesse é muito mais profundo. É de uma relação em que ambos os lados se doem totalmente. Jesus se doou totalmente na cruz para que essa relação dê certo e continua se doando. Nós também podemos experimentar esse nível de relação. Nós, ainda hoje, podemos ouvir os segredos de Jesus.

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